A Fundação da
Cooperativa

Por volta do ano de 1945, foi criado, às margens
do Rio Palmares, um engenho de arroz, chamado
Engenho Palmares Ltda., com aproximadamente
35 sócios. Este Engenho, apesar de funcionar com
base na filosofia cooperativista, tinha todos os
encargos de uma empresa convencional.

Os irmãos Ney e Ivo Cardoso Azevedo, em meados
da década de 50, retornavam a Palmares do Sul,
recém formados em Agronomia. Entusiasmados
com o Cooperativismo, começaram a mostrar aos
sócios do Engenho as vantagens deste modelo. A
caminhada prolongou-se por alguns anos, até que
o amigo e produtor Álvaro Arruda Costa, numa
conversa durante o chimarrão da manhã, disse
aos irmãos que iria colaborar com eles para
consolidar o movimento. A idéia da criação da
Cooperativa ganhou força entre os produtores da
região, notadamente os menores, pois estes
entregavam sua produção na mão de
atravessadores, que ficavam com os lucros.
Aprovada a mudança pelo Conselho do Engenho,
no ano de 1961, foi formada a comissão
encarregada de fundar a Cooperativa.

Para comprar o Engenho Palmares, seria
necessário um empréstimo de 30 milhões de
cruzeiros. Era muito dinheiro. Mas com a
aprovação do empréstimo pelo presidente do
Banco do Brasil, Ney Galvão (que viria a ser
Ministro da Fazenda do Presidente João Goulart),
foi possível realizar a aquisição. Então, em 23 de
dezembro de 1961, conseguiu-se transformar o
Engenho Palmares em Cooperativa Arrozeira
Palmares. Foram 33 os sócios fundadores da
Cooperativa, que já no seu primeiro ano de
existência vivenciou um momento especial: com a
escassez de arroz no mercado no ano de 1962, foi
possível obter um resultado equivalente ao dobro
do valor creditado pela saca de arroz entregue na
Cooperativa, permitindo quitar boa parte do empréstimo.

 

A Região onde
tudo começou

Situada na planície costeira do Rio Grande do Sul, a região da Cooperativa Arrozeira Palmares apresenta condições climáticas próprias, que beneficiam o cultivo do arroz irrigado. As lavouras na região datam da década de 30 e foram introduzidas por imigrantes italianos e alemães, que desde o princípio, cultivaram o arroz para fins comerciais.

O Engenho Palmares, em destaque à esquerda.

O início

Nos primeiros anos da Cooperativa, a infra-estrutura e a logística eram deficientes. Carregava-se o arroz por trem, barcos ou pequenos caminhões. Sendo que esses últimos enfrentavam condições muito adversas nas estradas precárias da região. Para administrar a parte comercial da Cooperativa, um escritório foi montado em Porto Alegre, pois a região de Palmares não possuía telefone nem agência bancária. Um diretor era destacado para ficar na capital em contato com os compradores do arroz enquanto a comunicação do escritório com a Cooperativa era feita através de um sistema de rádio. Documentos e valores eram levados quase diariamente até o centro de Osório por carro. Contudo, o sucesso do modelo cooperativista, resultado da união dos produtores, superou as barreiras estruturais. A cada ano aumentava o número de associados e a cada safra eram entregues mais sacas de arroz na Cooperativa.

Quando começou suas atividades, o engenho da Cooperativa Palmares utilizava um locomóvel a vapor que, para esquentar a caldeira, usava a própria casca do arroz como combustível. Além de movimentar toda a indústria, o locomóvel ainda alimentava um gerador elétrico, muito importante por conta das constantes faltas de energia que ocorriam na localidade. No ano de 1980, este sistema foi substituído por um maquinário movido a energia elétrica, num sinal de que a infra-estrutura da região começava a melhorar.

Desde sua fundação, o mercado consumidor do Arroz Palmares foi constituído principalmente pelos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Aproveitando sua localização às margens do Rio Palmares, o arroz era transportado pelo navio “Tropeiro”, de propriedade da Cooperativa, até as cidades de Porto Alegre e Rio Grande, para que este fosse encaminhado ao destino final. Inicialmente, vendia-se em sacas de 60 kg, e, posteriormente, também em sacos de 5 kg e 1 kg. Com o desenvolvimento das estradas da região, o transporte do arroz beneficiado passou a ser feito por caminhões, que tornaram o processo de entrega mais ágil, permitindo a expansão da Cooperativa.

À esq. Locomóvel a vapor que movimentou o engenho. Ao centro, caminhões aguardam para descarregar o arroz vindo das lavouras. À dir. Navio “Tropeiro” em dia de Festa de Navegantes.

Os Fundadores

Abrahão Nunes

Adrião Monteiro dos Santos

Alvaro Arruda Costa

Alvaro Azevedo Nunes

Antônio Azevedo Nunes

Antônio Sessin Gil

Antônio Simão Sessin

Armando Azevedo Nunes

Armenio Azevedo Nunes

Arquimimo Saraiva Azevedo

Darcy Pereira de Azevedo

Ênio Azevedo Osório

Felisberto Braga da Silveira

Fernando Saraiva Nunes

Heitor Wildt Nunes

Ivo Cardoso Azevedo

João Saraiva Nunes

Joaquim Marques de Azevedo Netto

José Caetano de Andrade Netto

José da Rosa Dias

José Geraldo Nunes Silveira

José Salim Gil

Leandro Boeira Moraes

Lúcio Flavo dos Santos Azevedo

Nabor de Azevedo e Souza

Nelson Pereira de Azevedo

Ney Cardoso Azevedo

Oscar Azevedo Osório

Pedro Nunes Braz

Pedro Rubens Meyer

Plauto Osório Saraiva

Renan Cerqueira do Nascimento

Zeferino Lopes de Castro

Nossos presidentes

23.12.1961 a 15.04.1970
Nelson Pereira de Azevedo

15.04.1970 a 15.04.1972
Major Nuno Velho Alegria

15.04.1972 a 27.03.1976
Bruno Frederico Bins

27.03.1976 a 15.03.1978
Nelson Pereira de Azevedo

25.03.1978 a 20.03.1984
Ney Cardoso Azevedo

27.03.1984 a 19.05.1993
Álvaro Arruda Costa

19.05.1993 a 09.07.1993
Francisco José Selistre

09.07.1993 a 29.03.2008
Adriano Rocha Soares

29.03.2008 a 24.03.2012
Francisco José Selistre

24.03.2012 a 31.01.2016
João Batista Camargo Gomes

01.02.2016 a 16.02.2020
Airton Fonseca de Azevedo

17.02.2020 (em exercício)
José Mathias Bins Martins

À esq. Cooperativa em meados da década de 90. Ao centro, Ddiscurso do Sr. Ivo Azevedo na inauguração da nova planta industrial. À dir. Entre as mais modernas indústrias arrozeiras do mundo.

Consolidação e Expansão

Com a melhora gradual nas condições estruturais da região de Palmares e o aumento da produção das lavouras, foi possível expandir a comercialização do Arroz Palmares a partir da década de 90, quando outros mercados foram atendidos pela Cooperativa. A partir de 1999, o Arroz Palmares passou a ser vendido na Região Sul do Estado do Rio de Janeiro e também no Estado de Minas Gerais. Esse incremento nas vendas veio junto da consolidação da Cooperativa, que se tornou, já em meados dos anos 2000, uma das vinte maiores beneficiadoras de arroz do Rio Grande do Sul.

Mantendo sua posição entre as marcas favoritas do sudeste, a Cooperativa Palmares deu mais um salto de qualidade ao inaugurar, em março de 2009, após um incêndio que destruiu seu engenho em 2008, uma das mais modernas plantas industriais para beneficiamento de arroz do mundo. Na solenidade, uma homenagem aos fundadores e a presença de associados, autoridades, colaboradores, clientes e representantes marcou o início de uma nova era.